Em Defesa da Páscoa: Jesus realmente morreu na cruz?

Em algumas semanas comemoraremos o evento que pode ser considerado o coração do cristianismo, a saber, a ressurreição de Jesus. No capítulo 15 de sua primeira carta aos crentes da cidade de Corinto, o apóstolo Paulo declara:

Ora, se o que se prega é que Cristo ressuscitou dentre os mortos, como alguns de vocês afirmam que não há ressurreição de mortos? E, se não há ressurreição de mortos, então Cristo não ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e é vã a fé que vocês têm. Além disso, somos tidos por falsas testemunhas de Deus, porque temos testemunhado contra Deus que ele ressuscitou a Cristo, ao qual ele não ressuscitou, se é certo que os mortos não ressuscitam. Porque, se os mortos não ressuscitam, também Cristo não ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou, é vã a fé que vocês têm, e vocês ainda permanecem nos seus pecados. E ainda mais: os que adormeceram em Cristo estão perdidos (1Co 15.12-18).

O cristianismo inteiro se apoia no fato de que Jesus ressuscitou. Se tal evento se provar falso, todas as demais doutrinas caem por terra. Devido então a importância da veracidade da ressurreição,, analisaremos em uma pequena série de artigos se há evidências fortes o suficiente para podermos afirmar com 100% de certeza que Jesus realmente ressuscitou dentre os mortos.

Neste artigo, discutiremos sobre uma teoria que já foi muito comum entre aqueles que são céticos a respeito da ressurreição.

A Teoria do Desmaio

Essa teoria alega que Jesus não morreu na cruz, mas apenas desmaiou e foi colocado no sepulcro. Suas aparições públicas posteriores foram então encaradas como ressurreição.

Mas isso seria realmente possível? Haveria alguma chance, por menor que fosse, de Jesus ter sobrevivido à crucificação? Vamos analisar os fatos que nos são informados pelos evangelhos que, ainda que muitos não os considerem como uma revelação divina, podem ser considerados como documentos históricos confiáveis, como vimos na nossa série “Em Defesa do Natal”.

A Tortura Anterior à Cruz

No Getsêmani, Jesus sofreu um fenômeno clínico extremamente raro conhecido como hematidrose:

E, estando em agonia, orava mais intensamente. E aconteceu que o suor dele se tornou como gotas de sangue caindo sobre a terra (Lc 22.44).

A ansiedade extrema ocasiona a liberação de substâncias químicas que causam o rompimento dos vasos capilares das glândulas sudoríparas. Por causa disso, essas glândulas sangram um pouco e o suor brota misturado com o sangue. Isso também torna a pele extremamente sensível – um fato que se mostrará importante mais adiante.

No dia seguinte, Jesus foi açoitado. Os açoitamentos romanos consistiam em 39 chibatadas. O soldado utilizava um chicote de tiras de couro trançadas, com bolinhas de metal amarradas. Essas bolinhas causavam hematomas ou contusões profundas, que se abriam nas chicotadas seguintes. Havia também, presos ao açoite, pedaços de ossos afiados, que causavam cortes profundos. E a dor sentida por Jesus foi ainda maior, pois sua pele já estava sensível devido a hematidrose.

Jesus sofreu choque hipovolêmico, que é a perda excessiva de sangue. Isso faz com que aconteça quatro coisas:

  1. O coração se esforça para bombear mais sangue, mas não tem de onde.
  2. A pressão sanguínea cai, causando desmaio ou colapso.
  3. Os rins param de produzir urina, para reter o volume que sobrou.
  4. A pessoa fica com muita sede, pois o corpo pede por líquido para repor o sangue que perdeu (Jo 19.28).

A Agonia da Cruz

Jesus foi pregado no poste horizontal, chamado de patíbulo. Os romanos usavam cravos grandes, de 13 a 17 centímetros, bem afiados. Com eles, atravessavam os pulsos. Ele foi então erguido para que a viga horizontal pudesse ser posta sobre a viga vertical, e depois seus pés foram pregados.

Seus braços ficaram imediatamente esticados, cerca de 15 centímetros de comprimento, e seus ombros se deslocaram:

Derramei-me como água, e todos os meus ossos se desconjuntaram; meu coração fez-se como cera, derreteu-se dentro de mim (Sl 22.14).

A Causa da Morte

Quando a pessoa está pendurada em posição vertical, a crucificação é, em essência, uma morte lenta e extremamente dolorosa por asfixia. À medida que a pessoa torna a respiração mais lenta, ela entra no que é chamado acidose respiratória: o dióxido de carbono no sangue é dissolvido em ácido carbônico, fazendo a acidez do sangue aumentar. Isso faz o coração bater de modo irregular. Jesus então morreu muito provavelmente de ataque cardíaco.

Um pouco antes de morrer, o choque hipovolêmico deve ter feito o coração bater rapidamente por algum tempo, o que teria contribuído para fazê-lo falhar, resultando no acúmulo de líquido na membrana em torno do coração, chamado efusão pericardial, bem como em torno dos pulmões, chamado efusão pleural:

Mas um dos soldados lhe abriu o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água (Jo 19.34).

Conclusão

Pelo que podemos obter dos relatos dos evangelhos e com base no que sabemos a respeito de como era a crucificação, não há a menor possibilidade de Jesus ter sobrevivido na cruz. E ainda que, por algum milagre, ele ainda estivesse vivo quando foi colocado no sepulcro, no estado em que se encontraria, não teria como livrar-se dos panos que o envolviam, rolar a pedra que selava a entrada do sepulcro e depois aparecer aos seus discípulos.

Qualquer conclusão diferente da de que Jesus morreu na cruz deve ser totalmente descartada.

Para estudos futuros:

Em defesa de Cristo, Por Lee Strobel (Ebook)

A crucificação de Cristo descrita por um cirurgião (Ebook)


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