Maravilhosa Graça
  • Home
  • Sobre
  • Devocionais
  • Artigos

Devocionais

Artigos

Introdução

O trabalho dos escribas terminou por volta do século VI d.C., e no lugar deles veio um grupo de homens conhecidos como massoretas, os quais atuaram até aproximadamente o século 10 d.C. 

Originalmente, eles eram conhecidos como בַּעֲלֵי הַמְּסֹרֶת (os mestres da tradição), mais tarde, simplesmente como מְסֹ֫רֶת (tradição – do verbo מָסַר, ele passou adiante).

Esses homens tentaram transmitir o texto consonantal, exatamente como os escribas haviam feito, e assegurar a pronúncia correta do texto adicionando vogais ao texto.

Os Pontos Vocálicos

As vogais hebraicas são escritas, pronunciadas e classificadas da seguinte forma:
Vogais Curtas
Classe Sinal1 Nome Transliteração Som
A אַ Pathach a a em pá
E אֶ Segol e e em pé
I אִ Hireq i i em fino
O אָ2 Qamets Hatuph o o em pó
U אֻ Qibuts u u em susto
Vogais Longas
Classe Sinal Nome Transliteração Som
A אָ Qamets ā a em cal
אָה Qamets He â a em cal
E אֵ Tsere ē e em vê
אֵי Tsere Yod ê ei em sei
I אִי Hireq Yod î i em vi
O אֹ Holen ō o em pôs
אוֹ Holen Waw ô o em pôs
U אוּ Shureq û u em lua

Letras Vocálicas

Antes da época de Cristo, as letras vocálicas (também conhecidas como matres lectionis – lit., mães de leitura) eram empregadas como um significado limitado dos sons das vogais.
Classe Letra Vocálica
A א ou ה
I ou E י ou א
O ou U ו

Notas

1. A letra א está sendo utilizada apenas para indicar onde os pontos vocálicos são colocados.
2. Note que o qamets e o qamets hatuph têm o mesmo formato. O conhecimento das palavras é que diferenciará um do outro.
  • Há 22 letras (consoantes) no alfabeto hebraico.
  • A ordem do alfabeto hebraico é claramente indicada pelos salmos acrósticos (cf. Sl 9, 25, 34, 37, 111, 112 e 119).
  • Não há letras maiúsculas como no português ou no grego.
Letra Nome Transliteração1 Som
א ’aleph ʾ muda2
ב Beth b b como em bola
ג Gimel g g como em gato, mas não como em gelo
ד Daleth d d como em dado, mas não como em dia
ה He h h do inglês como em hot3
ו Waw w w do inglês como em Willian4
ז Zayin z z como em zero
ח Heth ḥ5 ch alemão como em bach
ט Teth ṭ t como em teto, mas não como em tio
י Yod y y como em yes
כ Kaph k q como em quilo
ל Lamed l l como em laranja
מ Mem m m como em mão
נ Nun n n como em não
ס Samek s s como em sol, mas não como em casa
ע ‘ain ʿ muda6
פ Pe p p como em pé
צ Tsade ṣ z italiano como em pizza
ק Qoph q q como em queijo
ר Resh r r como em cara, mas não como em rato

שׂ

שׁ7

Sin

Shin

ś

š

s como em sol, mas não como em casa

ch como em chave

ת Taw t t como em teto, mas não como em tio

Notas

1. Transliteração é a representação da letra de um idioma pela letra equivalente de outro, tendo como base o som da letra.

2. é transliterado com o sinal de aspiração branda (como um apóstrofo) porque não possui valor consonantal próprio. Semelhante ao h no português, terá o som da vogal que o acompanha.

3. No final de uma palavra, o ה é mudo.

4. No hebraico clássico, a pronúncia parece ter sido como um w. No hebraico moderno, no entanto, a pronúncia germânica o tornou em som de v igual ao w em alemão (cf. Volkswagen = fôks-vä-gen).

5. Esse h tem um ponto embaixo dele para representar o som do ח e distingui-lo do ה. O som é semelhante ao som do alemão ou do escocês.

6. é transliterado com o sinal de aspiração áspera (como um apóstrofo esquerdo) porque não possui valor consonantal próprio. As pronúncias do (א) e (ע) são praticamente idênticas.

7. Observe que a diferença entre essas duas consoantes envolve a colocação do ponto sobre o lado direito ou esquerdo do ש. Os léxicos hebraicos listarão as palavras com שׂ primeiro. O estudante deve ter esse fator em mente ao usar um léxico.

Livros para Estudo

Hebraico Bíblico – Uma Gramática Introdutória, de Page Kelley.

Introdução ao Hebraico Bíblico, de Mark Futato

Gramática Instrumental do Hebraico, de Antônio Renato Gusso


Ao comprar através de nosso link, recebemos uma comissão por cada compra que você fizer. Isso não acrescentará nada ao valor final de sua compra, apenas nos ajudará a poder continuar postando bom conteúdo teológico para sua edificação.

Desde antes de começar a estudar teologia, eu sempre tive vontade de aprender as línguas originais da Bíblia, a saber, o hebraico, o aramaico e o grego. Contudo, não levava esse desejo adiante porque achava que seria impossível, pois tenho uma doença degenerativa na minha retina que já levou a maior parte da minha visão.

No entanto, com ajuda de uma tecnologia assistiva e de bons materiais aos quais tive acesso, hoje consigo estudar os idiomas bíblicos de forma autodidata. E, embora eu esteja muito longe de ser um profissional no assunto, decidi compartilhar a partir de agora aqui no blog o que tenho aprendido.

Começarei com o hebraico por ser o idioma bíblico em que estou mais avançado. Iniciei no grego há apenas duas semanas desta publicação, então ainda não tenho o que passar.

Infelizmente, não consegui encontrar nenhuma gramática do hebraico publicada digitalmente em português. A gramática que usarei como base para os artigos está em inglês. Contudo, no final dos artigos estarão os links para você adquirir livros físicos para se aprofundar nos assuntos abordados. Nunca tive o prazer de consultá-las, mas são obras de uma editora muito confiável, então vale a pena o investimento. Espero que um dia a editora publique essas obras no formato ebook para que eu possa adquiri-las e usufruir delas também.

Segue agora uma pequena introdução à língua hebraica e o porquê estudá-la, e a partir do próximo artigo entraremos nas questões gramaticais. Desejo de coração que o conteúdo publicado ajude vocês e desperte o desejo de aprender os idiomas em que a Bíblia foi originalmente escrita. Que Deus abençoe nossos estudos.

Objetivos para o estudo do hebraico bíblico

  • Adquirir um conhecimento prático da gramática hebraica bíblica.
  • Obter uma compreensão prática dos processos de pensamento gramatical em hebraico bíblico. Não é possível para o professor ou aluno moderno entender completamente como os escritores originais pensavam quando escreveram, mas é desejável chegar o mais próximo possível desse entendimento.
  • Aumentar o interesse e a apreciação pelo AT e pelos idiomas em que foi escrito.
  • Experimentar como o hebraico, juntamente com os objetivos anteriores, pode ajudar no amadurecimento espiritual e no ministério.
  • Ser capaz de ler em voz alta o hebraico de qualquer passagem do AT.
  • Ser capaz de traduzir frases simples do AT hebraico.

A Importância do Estudo do Hebraico Bíblico

O AT foi escrito em duas línguas: hebraico e aramaico. O hebraico é a língua principal na qual a maior parte do AT foi escrito. As partes que foram escritas em aramaico incluem um nome do lugar em Gênesis 31.47, um versículo em Jeremias (10.11) e seções de Daniel (2.4-7.28) e Esdras (4.8-6.18; 7.12-26).

O hebraico é o idioma que Deus empregou para comunicar Sua mensagem ao Seu povo. Para o estudante das Escrituras, o conhecimento do hebraico é um recurso valioso para a compreensão correta do AT.

Além de um entendimento adequado do AT, um conhecimento do hebraico ajuda na compreensão do NT. Grande parte do NT é baseada no AT. As citações e alusões do AT no NT precisam ser entendidas em seu contexto original antes que o intérprete possa entender seu uso pelos escritores do NT.

O conhecimento do hebraico bíblico é uma proteção contra erros teológicos. A autoridade final para fé e prática é a Palavra de Deus escrita. No entanto, o crente precisa interpretar essa Palavra para aplicá-la. Nesse processo interpretativo, o tribunal de apelação final nas disputas sobre interpretação reside nos idiomas originais das Escrituras.

Segundo o rabino polonês, Haim Nacham Bialik, “Ler a Bíblia na tradução é como beijar sua noiva através do véu”. O estudante da Escritura deve tentar se aproximar o máximo possível das fontes originais, para não depender dos outros para que o texto diz ou significa. Em outras palavras, “para o ministro, o conhecimento do hebraico é necessário porque abre a única janela interpretativa verdadeiramente confiável sobre o texto do Antigo Testamento”.

O estudante deve considerar em espírito de oração as seguintes palavras do grande reformador, Martinho Lutero:

Embora a fé e o Evangelho possam ser proclamados por simples pregadores sem as línguas, essa pregação é chata e mansa, os homens finalmente se cansam e ficam desgostosos e ela cai no chão. Mas quando o pregador é versado nas línguas, seu discurso tem frescor e força, toda a Escritura é tratada, e a fé se vê constantemente renovada por uma variedade contínua de palavras e obras.

É um pecado e vergonha não conhecermos o nosso próprio livro ou não entendermos o discurso e as palavras do nosso Deus; é um pecado e perda ainda maior o fato de não estudarmos as línguas, especialmente nos dias em que Deus está oferecendo e nos dando homens e livros e todas as facilidades e incentivos para esse estudo, e deseja que sua Bíblia seja um livro aberto.

O que é o Hebraico?

O hebraico é um membro da família semítica1 de aproximadamente 70 idiomas. Os idiomas semíticos são encontrados em uma zona geográfica que inclui a Palestina, a Mesopotâmia, a Península Arábica e a Etiópia. O hebraico pertence ao ramo noroeste dos idiomas semíticos. Embora exista algum debate sobre as características comuns aos membros da família dos idiomas semíticos, a maioria dos estudiosos geralmente identifica o seguinte a respeito do ramo noroeste:

  • Um sistema radical morfológico de três letras (triliteral) domina a formação da palavra.
  • Um waw inicial (= ו) muda para um yod (= י) como a primeira letra da raiz, especialmente na formação de verbos.
  • Um nun não vocalizado (= נ) é completamente assimilado à consoante seguinte.
  • Existem evidências para três terminações básicas de casos: uma vogal classe u como final do nominativo, uma vogal classe i como final do genitivo e uma vogal classe a para o final do acusativo.
  • A desinência feminina – em formas substantivas remove o ת no estado absoluto, mas o mantém no estado construto.

A Tabela dos Idiomas Semíticos

O ramo noroeste dos idiomas semíticos é apenas um dos três ramos principais (noroeste, sudoeste e leste). A seguir, são identificados os principais idiomas semíticos:

Hebraico

O hebraico está intimamente relacionado com o fenício e com o ugarítico.

O povo de Israel falava hebraico até o exílio na Babilônia, quando começou a ser substituído pelo aramaico (cf. Neemias 8 e 13). No final do primeiro século d.C., o aramaico, e não o hebraico, era a língua mais falada em Israel. O hebraico foi originalmente escrito na antigo escrita fenícia. Um resultado do cativeiro babilônico e da transição para o aramaico foi que os escritores do hebraico tomaram emprestado a escrita quadrática aramaica para escrever hebraico. Falantes e escritores do hebraico ainda empregam a mesma escrita hoje. É comum referir-se a ela como escrita judaica.

Em 1948, o recém-estabelecido estado de Israel reviveu o hebraico como idioma nacional. As principais fases do idioma hebraico são:

  • Hebraico bíblico ou clássico (HB)
  • Hebraico rabínico ou mishnáico (HR)
  • Hebraico Moderno (HM)

Acadiano

Acadiano é o nome comum para os antigos dialetos assírios e babilônicos. Também era o nome original para esta língua mesopotâmica inicial. O Acadiano foi substituído pelo aramaico c. Século X a.C. A Acádia era a principal cidade do início do império semita na Mesopotâmia, c. 2300 a.C. (cf. Gn 10.10).

Aramaico

O aramaico foi a língua oficial do Oriente Próximo a partir do século 10 a.C. em diante. O aramaico substituiu totalmente o hebraico na Palestina pro volta de 70 d.C., embora o processo tenha começado um milênio antes. Os rabinos escreveram grande parte do Talmude (escritos rabínicos) em aramaico. Vários estudiosos judeus completaram traduções aramaicas da Bíblia (chamadas Targums) no século VI d.C. O árabe substituiu o aramaico c. Século VII d.C.

Etíope

O etíope parece existir desde aproximadamente o século IV d.C. O amárico, um etíope modificado e o principal idioma da Etiópia hoje, tornou-se o idioma da corte aproximadamente no Século XIII d.C., mas o etíope ainda foi o idioma teológico por muitos séculos.

Árabe

O árabe é o idioma de toda a Arábia e as evidências indicam sua existência desde aproximadamente o Século VIII a.C. O árabe é a língua oficial do Islã e do Alcorão.


Das cinco línguas antigas listadas acima, apenas o hebraico e o árabe são falados hoje.

Notas

1. O termo semítico deriva do nome de Sem, filho de Noé, por causa das semelhanças identificáveis entre as línguas faladas por certos ramos genealógicos de seus descendentes (cf. Gn 10.21-31).

Livros para Estudo

Hebraico Bíblico – Uma Gramática Introdutória, de Page Kelley.

Introdução ao Hebraico Bíblico, de Mark Futato

Gramática Instrumental do Hebraico, de Antônio Renato Gusso


Ao comprar através de nosso link, recebemos uma comissão por cada compra que você fizer. Isso não acrescentará nada ao valor final de sua compra, apenas nos ajudará a poder continuar postando bom conteúdo teológico para sua edificação.

No artigo anterior, vimos que o túmulo de Jesus definitivamente estava vazio. No entanto, um túmulo vazio não é definitivo para determinar a ressurreição de alguém. No caso de Jesus, o túmulo vazio está conectado com suas aparições a diversas pessoas. A veracidade dessas aparições é o que verificaremos neste artigo.

O credo de 1Coríntios 15

Como já vimos, 1Coríntios 15.3-8 é o relato mais antigo que temos da ressurreição de Jesus. Trata-se de um credo da igreja primitiva ensinado poucos anos após a crucificação, e que foi transmitido a Paulo por Pedro e Tiago alguns anos após sua conversão (Gl 1.18-19).

O credo consiste em 4 elementos: a execução; o sepultamento; a ressurreição; e as aparições. Como ele é básico para determinar a ressurreição de Jesus, vamos submetê-lo a uma análise mais profunda. Como podemos ter certeza de que se trata de um credo? Quão antigo é ele?

Por que podemos ter certeza de que se trata de um credo?

  1. Paulo apresenta um trecho com as palavras “recebi” e “transmiti”, que são termos rabínicos para indicar a transmissão de uma tradição;
  2. O conteúdo estilizado do texto mostra que se trata de um credo;
  3. O Texto original usa Cefas para Pedro, que é seu nome aramaico. O uso do aramaico indica uma origem muito antiga;
  4. O credo contém diversas outras expressões antigas que Paulo não utilizava costumeiramente: “aos doze”, “ao terceiro dia”, “ressuscitou” e outros;
  5. Certas palavras são usadas no estilo de narrativa do aramaico e do hebraico da Mishná.

Que data pode ser fixada para ele?

Sabemos que Paulo escreveu 1Coríntios entre 55 e 57 d.C. Em 1Coríntios 15.1-4, ele diz que transmitira, anteriormente, o credo à igreja em Corinto, o que significa que ele deve ser anterior à sua estada ali, no ano 51. Portanto, o credo estava em uso menos de 20 anos após a ressurreição de Jesus, que é uma data bem antiga. No entanto, podemos concordar com os vários estudiosos que o colocam ainda antes, entre dois e oito anos após a ressurreição de Jesus, ou seja, entre 32 e 38, sendo que Paulo o recebeu ou em Damasco ou em Jerusalém. Portanto, esse material é incrivelmente antigo, um testemunho dos primórdios, sem floreios, de que Jesus apareceu vivo a céticos como Paulo e Tiago, assim como a Pedro e aos demais discípulos.

As quinhentas testemunhas

Paulo menciona em 1Coríntios 15.6 que Jesus foi visto vivo por mais de quinhentas testemunhas. Mas por essa ser a única fonte citando o evento, isso não mina sua confiabilidade?

Mesmo que somente uma fonte cite o fato, essa é a fonte mais antiga e mais bem confirmada de todas. Paulo tinha uma ligação próxima com essas pessoas e não as citaria se não tivesse certeza do apoio delas.

testemunho dos evangelhos

Os evangelhos narram aparições de Jesus a várias pessoas e em vários lugares. E há bons motivos para confiar nesses relatos: por exemplo, faltam neles muitas tendências míticas típicas. Jesus apareceu a:

  1. Maria Madalena (jo 20.10-18);
  2. outras mulheres (Mt 28.8-10);
  3. Cleopas e outro discípulo na estrada para Emaús (Lc 24.13-32);
  4. onze discípulos e outras pessoas, (Lc 24.33-49);
  5. dez apóstolos e outros discípulos, sem a presença de Tomé (Jo 20.19-23);
  6. Tomé e os outros apóstolos (Jo 20.26-30);
  7. sete apóstolos (Jo 21.1-14);
  8. todos os discípulos (Mt 28.16-20);
  9. todos os apóstolos, no monte das Oliveiras, antes da ascensão (Lc 24.50-52; At 1.4-9).

Temos aqui uma riqueza de informações de pessoas que viram Jesus. Não foram apenas uma ou duas pessoas que observaram uma sombra de passagem. Houve aparições repetidas a numerosas pessoas, e várias delas foram confirmadas em mais de um evangelho ou pelo credo de 1Coríntios 15.

O final de Marcos

Os manuscritos bíblicos mais confiáveis e antigos e outros documentos antigos não contêm Marcos 16.9-20. Contudo, mesmo o evangelho de Marcos terminando em 16.8, ainda temos sua afirmação de que o túmulo estava vazio e um jovem exclamando “Ele ressuscitou!” e dizendo às mulheres que haverá aparições. Assim, temos primeiro, a proclamação de que a ressurreição aconteceu, e, segundo, a predição de que se seguirão aparições.

Conclusão

Jesus foi morto na cruz. Seu túmulo estava vazio na manhã da Páscoa. Os discípulos e outras pessoas o viram, tocaram nele e comeram com ele depois da sua ressurreição. A ressurreição de Jesus é um fato bem atestado e não uma lenda criada por um pequeno grupo de seguidores desesperados no primeiro século.

Para estudos futuros:

Em defesa de Cristo, Por Lee Strobel (Ebook)

Não Tenho Fé Suficiente Para Ser Ateu, Por Norman Geisler (Ebook)


Ao comprar através de nosso link, recebemos uma comissão por cada compra que você fizer. Isso não acrescentará nada ao valor final de sua compra, apenas nos ajudará a poder continuar postando bom conteúdo teológico para sua edificação.

Em Romanos 8.30, vemos uma ordem na qual as bênçãos da salvação advêm aos cristãos:

E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou.

Já tratamos da predestinação no artigo anterior. Neste e nos próximos artigos, discutiremos os outros aspectos desse versículo.

Chamada Efetiva

O chamado a que Paulo se refere em Romanos 8.30 é uma convocação que está relacionada àqueles que foram predestinados e se tornaram justificados. Diz respeito especificamente aos crentes em Jesus.

Esse chamado é feito pelo próprio Deus e não pode ser negado. É um ato de Deus Pai, falando por meio da pregação humana do Evangelho, na qual ele convoca as pessoas de tal forma que respondam mediante fé salvífica. A isso denominamos de chamada efetiva.

As pessoas que são chamadas por Deus são chamadas para a comunhão com seu Filho (At 2.3; 1Co 1.9); para o seu reino e glória (1Ts 2.12; 1Pe 5.10); para pertencerem a Jesus Cristo (Rm 1.6); e para serem santas (Rm 1.7). As pessoas que foram chamadas por Deus entraram no domínio da paz (1Co 7.15; Cl 3.15), da liberdade (Gl 5.13), da esperança (Ef 1.18; 4.4), da santidade (1Ts 4.7), da paciência no sofrimento (1Pe 2.20-21; 3.9) e da vida eterna (1Tm 6.12).

Chamada Geral e Chamada Evangélica

Há também uma chamada mais ampla, dirigida a qualquer um mediante toda pregação do evangelho, quer produza resposta, quer não. É diferente da chamada efetiva, que sempre produz resposta.

Nem todas as chamadas do Evangelho são eficazes. O trabalho dos cristãos é explicar a mensagem do evangelho; é trabalho de Deus tornar efetiva essa mensagem ou chamada.

Elementos da chamada do Evangelho

Existem três elementos-chave que devem fazer parte de toda chamada evangélica: uma explicação dos fatos relativos à salvação, um convite para responder pessoalmente a Cristo em arrependimento e fé e uma promessa de perdão e vida eterna.

Os fatos relativos à salvação são:

  • Todas as pessoas pecaram (Rm 3.23).
  • A penalidade por nosso pecado é a morte (Rm 6.23).
  • Jesus morreu para pagar a penalidade por nossos pecados (Rm 5.8).

Mas não é necessário apenas declarar esses fatos. Deve haver um convite ao arrependimento e deve-se crer nessa boa nova (Mt 11.28-30). Aqueles que respondem com fé ao Evangelho recebem o perdão dos pecados e desfrutarão da vida eterna com Deus (Jo 3.16; 6.37).

Como a chamada é recebida

Após o convite para responder ao Evangelho ser feito Deus deve realizar uma transformação no coração do indivíduo para que este seja capaz de aceitá-lo. A esse processo damos o nome de regeneração, no qual não desempenhamos nenhum papel - ele é totalmente um ato divino (Ez 36.26).

Uma vez que esse evento ocorra, a pessoa se torna uma “nova criatura” (2Co 5.17). Essa mudança, embora nem sempre seja imediatamente percebida, resulta em um coração transformado que produz um caráter e vida transformados. Todos os setores da vida são mudados, e um indivíduo regenerado deve manifestar um novo amor por Deus e seu povo (Mt 22.37-40), uma sincera obediência a seus mandamentos (Jo 14.15) e um caráter com traços semelhantes aos de Cristo, a que Paulo chama de fruto do Espírito (Gl 5.22-23).

Como a chamada é respondida

Uma vez que a pessoa tenha sido convocada pela chamada efetiva de Deus e teve seu coração transformado pela regeneração, a resposta necessária é o arrependimento e a fé. Mas, como a chamada do evangelho é pessoal, requer uma resposta pessoal. Essa resposta espontânea, pessoal, individual à chamada do evangelho, na qual uma pessoa se arrepende sinceramente de seus pecados e põe a confiança em Cristo para a salvação, é designada como conversão.

Se eu tenho uma verdadeira fé salvadora, não creio mais simplesmente em fatos sobre Jesus; em vez disso, confio pessoalmente em Jesus para me salvar. Essa confiança envolve dois aspectos: arrependimento e fé (At 20.21; Hb 6.1). Arrependimento significa uma decisão consciente de se afastar de seus pecados, e a fé significa voltar-se para Cristo para perdão desses pecados. Esse tipo de fé é a admissão de que você não pode salvar a si mesmo e, ao mesmo tempo, crer que Cristo pode fazê-lo. E esse arrependimento e fé iniciais proveem um padrão para continuadas atitudes íntimas de arrependimento e fé que prosseguem pelo resto da vida do cristão (Cl 2.6).

Para estudos futuros

Bases da fé cristã: 20 fundamentos que todo cristão precisa entender, por Wayne GRUDEM (Ebook)

Teologia sistemática, por Wayne Grudem (Cópia física)


Ao comprar através de nosso link, recebemos uma comissão por cada compra que você fizer. Isso não acrescentará nada ao valor final de sua compra, apenas nos ajudará a poder continuar postando bom conteúdo teológico para sua edificação.

Um outro ponto que os que negam a ressurreição de Jesus precisam explicar é o fato do corpo de Jesus ter desaparecido do túmulo. Analisaremos neste artigo se as respostas dadas pelos céticos para explicar o túmulo vazio são plausíveis.

Jesus foi realmente colocado no túmulo?

A história conta que os corpos dos crucificados eram deixados na cruz para serem devorados por aves de rapina ou eram jogados em uma vala comum. Que evidências temos para concluir que Jesus foi realmente colocado no túmulo de José de Arimateia?

O registro mais antigo que temos a respeito do túmulo vazio é de 1Co 15.3-8:

Antes de tudo, entreguei a vocês o que também recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras. E apareceu a Cefas e, depois, aos doze. Depois, foi visto por mais de quinhentos irmãos de uma só vez, dos quais a maioria ainda vive; porém alguns já dormem. Depois, foi visto por Tiago e, mais tarde, por todos os apóstolos. Por último, depois de todos, foi visto também por mim, como por um nascido fora de tempo.

A maioria dos estudiosos acredita que Paulo retirou essa citação de um antigo credo que ele recebeu dos apóstolos Pedro e Tiago apenas cinco anos após a crucificação de Jesus (Gl 1.18-19). É um tempo muito curto para o credo ter sofrido alguma adulteração e suas informações seriam fáceis de ser verificadas.

Esse credo é um resumo totalmente fiel ao que os 4 evangelhos ensinam. Encontramos nos evangelhos várias confirmações independentes do sepultamento de Jesus, e José é citado pelo nome em todos os 4 relatos. (Mt 27.57-61; Mc 15.42-47; Lc 23.50-56; Jo 19.38-42). Se o sepultamento feito por José fosse uma lenda que surgiu mais tarde, poderíamos esperar que surgissem tradições sobre o sepultamento. No então, não existe nenhuma outra versão. Por esse motivo, a maioria dos estudiosos do Novo Testamento hoje em dia concorda que o relato do sepultamento de Jesus é, basicamente, confiável.

O corpo de Jesus desapareceu do túmulo?

Ainda que o credo de 1Coríntios 15 diga que Jesus foi crucificado, sepultado e depois ressuscitou, ele não afirma de modo específico que o túmulo estava vazio. Isso não dá margem à interpretação de que a ressurreição tenha sido de natureza espiritual, e do corpo de Jesus ter permanecido no túmulo?

Os judeus tinham um conceito físico da ressurreição. Para eles, o principal objeto da ressurreição eram os ossos dos falecidos. Quando a carne apodrecia, os judeus armazenavam os ossos de seus mortos e os colocavam em caixas, para que fossem preservados até a ressurreição no fim dos tempos, quando Deus levantaria os mortos justos de Israel. Logo, não faria sentido para um judeu uma ressurreição onde o corpo permanecia na sepultura.

O corpo de Jesus foi roubado do túmulo pelos discípulos?

Uma outra explicação para o desaparecimento do corpo é a de que os discípulos roubaram o corpo e depois espalharam que Jesus ressuscitara. Essa ideia é inclusive mencionada nos próprios evangelhos. No entanto, há algumas dificuldades com essa teoria que precisam ser explicadas.

As pessoas que defendem essa teoria não conseguem explicar por que os discípulos roubaram o corpo de Jesus com o objetivo de serem eles mesmos surrados, torturados e martirizados. Também não conseguem explicar por que continuaram a sustentar a história de que Jesus ressuscitara dentre os mortos quando poderiam preservar sua vida ao se negarem a dar seu testemunho.

Por fim, os defensores dessa ideia não conseguem explicar como os discípulos conseguiram passar pela guarda de elite romana que fora treinada para guardar o túmulo com penhor da própria vida.

Os discípulos foram ao túmulo errado

Se os discípulos tivessem ido ao túmulo errado, as autoridades judaicas e romanas teriam ido à sepultura certa e exibido o corpo na cidade.

O túmulo era conhecido pelos judeus, pois pertencia a um membro do sinédrio. Era conhecido dos romanos, pois eles colocaram guardas ali. Essa teoria presume que todos judeus e os romanos tiveram um tipo de amnésia coletiva permanente em relação ao que eles haviam feito com o corpo de Jesus.

Conclusão

Ainda que o túmulo vazio não seja por si só uma prova de que Jesus tenha ressuscitado, nenhum cético conseguiu até hoje dar uma explicação forte o suficiente para colocar o corpo de Jesus de volta no túmulo. E o túmulo vazio não é a única evidência em que os cristão se apoiam para afirmarem a ressurreição. As explicações naturais para o túmulo ter ficado vazio também precisam incluir as aparições posteriores de Jesus.

No próximo artigo, o último desta série, analisaremos os relatos a respeito de Jesus ter sido visto vivo após indubitavelmente ter morrido na cruz.

Para estudos futuros:

Em defesa de Cristo, Por Lee Strobel (Ebook)

Não Tenho Fé Suficiente Para Ser Ateu, Por Norman Geisler (Ebook)


Ao comprar através de nosso link, recebemos uma comissão por cada compra que você fizer. Isso não acrescentará nada ao valor final de sua compra, apenas nos ajudará a poder continuar postando bom conteúdo teológico para sua edificação.

Na semana passada, postamos na nossa série “Bases da Fé Cristã” um artigo a respeito da eleição a partir do ponto de vista calvinista, que você pode conferir aqui. Como prometido, segue agora a visão arminiana do assunto.

Ao contrário do que alguns calvinistas podem pensar, os arminianos não negam a doutrina da eleição, pois a mesma é um ensinamento bíblico. Eles apenas a interpretam de modo diferente. O debate, portanto, não é sobre a existência da doutrina, mas sim como ela opera.

A Eleição é segundo a Presciência de Deus

Com base em textos como Romanos 8.29 e 1Pedro 1.2, os arminianos interpretam a eleição como ocorrendo com base na presciência de Deus. A presciência de Deus é o seu conhecimento de antemão de todas as coisas, um corolário de seu atributo de onisciência.

Assim, Deus conhece de antemão a decisão de cada pessoa em relação ao Evangelho e, com base nisso, ele predestina as pessoas para a salvação ou condenação.

A Eleição é Corporativa, não Individual

Deus, antes da fundação do mundo, elegeu um grupo (igreja) para ser salvo (Ef 1.4). Mas ele não pré-ordenou individualmente quem faria parte deste grupo. Em outras palavras, todos têm a liberdade de optar livremente por fazer ou não parte da igreja que está predestinada a ser salva.

Os arminianos entendem que as ocorrências no plural do termo “predestinação” nas Escrituras (Rm 8.29-30; Ef 1.5,11) mostram que Deus escolheu um grupo. (Israel no AT e igreja no NT) e não as pessoas desse grupo. Deste modo, a predestinação tem um significado pessoal (presciência de escolhas individuais) e um significado coletivo (eleição de um povo).

Eleição e Predestinação não são sinônimos

Alguns arminianos não entendem a eleição e a predestinação como se referindo à mesma coisa. A eleição seria a escolha condicional de Deus para a salvação, no passo que a predestinação o que Deus fará aos eleitos. A primeira é condicional, a última é incondicional. A predestinação de Deus de pessoas é condicionada pela fé destas; a eleição de Deus de um povo para sua glória é incondicional. A última englobará todos os que creem.

A Graça Preveniente

Calvinistas e arminianos concordam com a doutrina da Depravação Total do ser humano e que, sem atividade divina, o homem não tem a capacidade de escolher a Deus, estando inclinado para o pecado. Devido a essa inclinação, faz-se necessária uma ação graciosa da parte de Deus preparando o homem a tomar uma decisão em relação ao evangelho e à ação do Espírito Santo. A essa ação graciosa é dado o nome de graça preveniente, ou preventiva.

A graça preveniente seria uma capacitação da parte de Deus ao ouvinte do Evangelho que lhe proporciona compreender a mensagem de Cristo e assim, previamente preparado, possa fazer sua escolha, livre de determinações.

Contudo, essa escolha não se caracterizaria como mérito da parte do ser humano, nem faz dele um salvador de si mesmo. A salvação advém de Deus, e pertence somente a Deus. Tendo a graça preveniente liberto a consciência do ser humano das más influências, o ser humano encontra-se numa condição capaz de posicionar-se ante ao apelo da mensagem do Evangelho.

Conclusão

Os arminianos entendem a eleição divina como resultado da escolha que Deus previu que o homem faria. Deus escolheu um grupo para ser salvo, mas dota cada indivíduo com a capacidade para escolher livremente fazer ou não parte deste grupo. A eleição seria assim definida como o plano corporativo e condicional de Deus que abrange toda a humanidade, mas de tal modo que apenas os crentes usufruem dos seus benefícios salvíficos.

É importante também destacar que, assim como os calvinistas, os arminianos também precisam admitir um elemento de mistério em seu sistema de interpretação. A ideia de Deus saber o que o homem escolherá (presciência) com a ideia de que o homem é livre para escolher (livre arbítrio) consistem em ideias aparentemente irreconciliáveis da mesma forma que a soberania de Deus e a responsabilidade humana no calvinismo.

Tudo isso só mostra que por mais sincero que um sistema seja, ele é incapaz de comportar a mente de Deus. Todo sistema é falho porque Deus não é um sistema. Podemos ir apenas até onde Deus nos revelou. Por isso é preciso dos dois o lados o reconhecimento da limitação de seu sistema teológico, e que no fim somos todos irmãos tentando servir a Deus mesmo em meio às nossas limitações e imperfeições.

Literatura para estudos futuros

Arminianismo puro e simples: Uma introdução histórico-teológica (Ebook)

Arminianismo: A Mecânica da Salvação: Uma Exposição Histórica, Doutrinária e Exegética sobre a Graça de Deus e a Responsabilidade Humana (Ebook)

Teologia Sistemática Pentecostal (Ebook)

Teologia Arminiana. Mitos e Realidades (Cópia física)

Arminian Theology: Myths and Realities (Ebook, English Edition)


Ao comprar através de nosso link, recebemos uma comissão por cada compra que você fizer. Isso não acrescentará nada ao valor final de sua compra, apenas nos ajudará a poder continuar postando bom conteúdo teológico para sua edificação.

Em algumas semanas comemoraremos o evento que pode ser considerado o coração do cristianismo, a saber, a ressurreição de Jesus. No capítulo 15 de sua primeira carta aos crentes da cidade de Corinto, o apóstolo Paulo declara:

Ora, se o que se prega é que Cristo ressuscitou dentre os mortos, como alguns de vocês afirmam que não há ressurreição de mortos? E, se não há ressurreição de mortos, então Cristo não ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e é vã a fé que vocês têm. Além disso, somos tidos por falsas testemunhas de Deus, porque temos testemunhado contra Deus que ele ressuscitou a Cristo, ao qual ele não ressuscitou, se é certo que os mortos não ressuscitam. Porque, se os mortos não ressuscitam, também Cristo não ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou, é vã a fé que vocês têm, e vocês ainda permanecem nos seus pecados. E ainda mais: os que adormeceram em Cristo estão perdidos (1Co 15.12-18).

O cristianismo inteiro se apoia no fato de que Jesus ressuscitou. Se tal evento se provar falso, todas as demais doutrinas caem por terra. Devido então a importância da veracidade da ressurreição,, analisaremos em uma pequena série de artigos se há evidências fortes o suficiente para podermos afirmar com 100% de certeza que Jesus realmente ressuscitou dentre os mortos.

Neste artigo, discutiremos sobre uma teoria que já foi muito comum entre aqueles que são céticos a respeito da ressurreição.

A Teoria do Desmaio

Essa teoria alega que Jesus não morreu na cruz, mas apenas desmaiou e foi colocado no sepulcro. Suas aparições públicas posteriores foram então encaradas como ressurreição.

Mas isso seria realmente possível? Haveria alguma chance, por menor que fosse, de Jesus ter sobrevivido à crucificação? Vamos analisar os fatos que nos são informados pelos evangelhos que, ainda que muitos não os considerem como uma revelação divina, podem ser considerados como documentos históricos confiáveis, como vimos na nossa série “Em Defesa do Natal”.

A Tortura Anterior à Cruz

No Getsêmani, Jesus sofreu um fenômeno clínico extremamente raro conhecido como hematidrose:

E, estando em agonia, orava mais intensamente. E aconteceu que o suor dele se tornou como gotas de sangue caindo sobre a terra (Lc 22.44).

A ansiedade extrema ocasiona a liberação de substâncias químicas que causam o rompimento dos vasos capilares das glândulas sudoríparas. Por causa disso, essas glândulas sangram um pouco e o suor brota misturado com o sangue. Isso também torna a pele extremamente sensível – um fato que se mostrará importante mais adiante.

No dia seguinte, Jesus foi açoitado. Os açoitamentos romanos consistiam em 39 chibatadas. O soldado utilizava um chicote de tiras de couro trançadas, com bolinhas de metal amarradas. Essas bolinhas causavam hematomas ou contusões profundas, que se abriam nas chicotadas seguintes. Havia também, presos ao açoite, pedaços de ossos afiados, que causavam cortes profundos. E a dor sentida por Jesus foi ainda maior, pois sua pele já estava sensível devido a hematidrose.

Jesus sofreu choque hipovolêmico, que é a perda excessiva de sangue. Isso faz com que aconteça quatro coisas:

  1. O coração se esforça para bombear mais sangue, mas não tem de onde.
  2. A pressão sanguínea cai, causando desmaio ou colapso.
  3. Os rins param de produzir urina, para reter o volume que sobrou.
  4. A pessoa fica com muita sede, pois o corpo pede por líquido para repor o sangue que perdeu (Jo 19.28).

A Agonia da Cruz

Jesus foi pregado no poste horizontal, chamado de patíbulo. Os romanos usavam cravos grandes, de 13 a 17 centímetros, bem afiados. Com eles, atravessavam os pulsos. Ele foi então erguido para que a viga horizontal pudesse ser posta sobre a viga vertical, e depois seus pés foram pregados.

Seus braços ficaram imediatamente esticados, cerca de 15 centímetros de comprimento, e seus ombros se deslocaram:

Derramei-me como água, e todos os meus ossos se desconjuntaram; meu coração fez-se como cera, derreteu-se dentro de mim (Sl 22.14).

A Causa da Morte

Quando a pessoa está pendurada em posição vertical, a crucificação é, em essência, uma morte lenta e extremamente dolorosa por asfixia. À medida que a pessoa torna a respiração mais lenta, ela entra no que é chamado acidose respiratória: o dióxido de carbono no sangue é dissolvido em ácido carbônico, fazendo a acidez do sangue aumentar. Isso faz o coração bater de modo irregular. Jesus então morreu muito provavelmente de ataque cardíaco.

Um pouco antes de morrer, o choque hipovolêmico deve ter feito o coração bater rapidamente por algum tempo, o que teria contribuído para fazê-lo falhar, resultando no acúmulo de líquido na membrana em torno do coração, chamado efusão pericardial, bem como em torno dos pulmões, chamado efusão pleural:

Mas um dos soldados lhe abriu o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água (Jo 19.34).

Conclusão

Pelo que podemos obter dos relatos dos evangelhos e com base no que sabemos a respeito de como era a crucificação, não há a menor possibilidade de Jesus ter sobrevivido na cruz. E ainda que, por algum milagre, ele ainda estivesse vivo quando foi colocado no sepulcro, no estado em que se encontraria, não teria como livrar-se dos panos que o envolviam, rolar a pedra que selava a entrada do sepulcro e depois aparecer aos seus discípulos.

Qualquer conclusão diferente da de que Jesus morreu na cruz deve ser totalmente descartada.

Para estudos futuros:

Em defesa de Cristo, Por Lee Strobel (Ebook)

A crucificação de Cristo descrita por um cirurgião (Ebook)


Ao comprar através de nosso link, recebemos uma comissão por cada compra que você fizer. Isso não acrescentará nada ao valor final de sua compra, apenas nos ajudará a poder continuar postando bom conteúdo teológico para sua edificação.

Uma doutrina que, com certeza, causa muita controvérsia no meio cristão é a doutrina da eleição (também chamada de predestinação). Os dois pontos de vista evangélicos ortodoxos, a saber, o calvinismo e o arminianismo, não negam a eleição, visto que é um ensinamento bíblico, contudo, divergem na questão do que ela seja e como ocorre. O que se segue caminhará na linha teológica de Grudem (calvinista), porém, para ser justo com meus leitores arminianos, o próximo artigo desta série abordará a eleição no arminianismo.

Grudem define a eleição como “o ato de Deus antes da criação, na qual ele escolhe algumas pessoas para serem salvas, não por causa de qualquer mérito delas, mas apenas por causa de seu soberano e bom deleite”. Definida dessa forma, ela pode parecer uma doutrina injusta, porém, é importante analisarmos de onde essa definição procede na visão calvinista.

Ensinamentos sobre a eleição do NT

Muitas passagens no NT parecem afirmar claramente que Deus escolheu de antemão aqueles que seriam salvos. Quando Paulo e Barnabé pregaram aos gentios de Antioquia da Pisídia, Lucas registra que “os gentios, ouvindo isto, se alegravam e glorificavam a palavra do Senhor. E creram todos os que haviam sido destinados para a vida eterna.” (At 13.48)

Posteriormente, Paulo expressa em Efésios 1.4-6:

Antes da fundação do mundo, Deus nos escolheu, nele, para sermos santos e irrepreensíveis diante dele. Em amor nos predestinou para ele, para sermos adotados como seus filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o propósito de sua vontade, para louvor da glória de sua graça, que ele nos concedeu gratuitamente no Amado.

Deus nos salvou e chamou para si não por nossa bondade, mas por causa de seu propósito e da graça imerecida na eternidade passada. A visão de João em Apocalipse diz que a salvação individual foi determinada “desde a fundação do mundo” (Ap 17.8).

O que isso significa

Os autores do NT apresentam a doutrina da eleição como um consolo para todos aqueles que creem em Jesus (Rm 8.28-30). De eternidade em eternidade Deus tem atuado para o bem de seu povo em mente. A eleição é, assim, a causa de conforto e segurança de que Deus opera para o nosso bem hoje, “não segundo as nossas obras, mas conforme a sua própria determinação e graça que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos eternos” (2Tm 1.9).

Uma resposta natural à obra de Deus em nosso favor é que devemos louvá-Lo e glorificá-Lo (Ef 1.12; 1Ts 1.2-4; 2.13). Entoar louvores a Deus pela salvação não deixa espaço para o louvor próprio, porque a salvação não é nossa obra, mas dom de Deus (Ef 2.8-9).

Todavia, essa verdade não deve nos levar a pensar que nosso trabalho de evangelização é sem importância! Quando Deus escolhe as pessoas para serem salvas, ele realiza isso mediante meios humanos. Paulo sabia que Deus escolheu algumas pessoas para serem salvas e viu isso como um estímulo — não motivo de desânimo — para pregar o evangelho, mesmo que isso significasse grande e duradouro sofrimento (2Tm 2.10).

O que isso não significa

A doutrina da eleição não significa que nossas escolhas não importam e nossas ações não têm consequências. A Escritura nos vê continuamente como criaturas pessoais que fazem escolhas voluntárias para aceitar ou rejeitar o evangelho (Ap 22.17). O convite é dirigido à pessoas verdadeiramente capazes de ouvir o convite e responder a ele mediante decisão pessoal.

Conquanto uma compreensão adequada da eleição dê valor real a nossas decisões e escolhas, isso não significa que a decisão de Deus foi baseada em nossas opções. Quando Deus escolheu os indivíduos “antes da fundação do mundo” (Ef 1.4), ele não o fez porque previu sua fé ou alguma decisão que fariam (Rm 8.29). Quando o apóstolo fala sobre a presciência de Deus, está pensando em Deus como conhecendo pessoas (“aqueles que”). Deus “antes conhece” esses indivíduos no contexto de uma relação de salvação com eles, o que é diferente de falar sobre conhecimento prévio das ações ou decisões de um indivíduo, como a escolha de crer. Na verdade, as Escrituras nunca falam de fé (presente ou futura) como a razão pela qual Deus escolheu alguém.

Se a eleição fosse, em última instância, baseada em nossa decisão, ela diminuiria a capacidade do amor de Deus, rebaixaria sua graça (pois haveria algum mérito de nossa parte) e reduziria a glória que lhe é devida por nossa salvação.

Estamos realmente livres?

A Bíblia apela centenas de vezes a nossa capacidade de fazer escolhas ou tomar decisões voluntárias. Não somos obrigados a fazer escolhas contrárias a nossa própria vontade. Definitivamente, fazemos o que desejamos fazer. Sermos criaturas volitivas é parte do que significa ser criado à imagem de Deus.

Mas isso significa que Deus não teve nada a ver com nossas escolhas? Na verdade, se Deus trabalha por meio de nossas escolhas e de nossos desejos para realizar seus planos, isso preserva nossa capacidade de escolher espontaneamente, ao mesmo tempo que garante que nossas escolhas estarão em harmonia com o que Deus decidiu e ordenou que aconteceria.

Portanto, se respondermos de forma positiva ao convite de Cristo, podemos honestamente dizer que escolhemos responder a ele, ao mesmo tempo que dizemos que isso foi (de maneira que não podemos entender completamente) ordenado por Deus. E se não pudermos entender completamente como essas duas coisas podem ser verdadeiras concomitantemente, então devemos reconhecer que aqui existe um mistério.

E quanto àqueles que não acreditam, a quem Deus não elegeu ou escolheu? A Bíblia nunca culpa a Deus pela rejeição que alguém faz aos reclamos de Cristo. A ênfase está sempre nas escolhas espontâneas daqueles que se recusam a crer; a culpa por sua a incredulidade recai sobre eles (Jo 5.40; 8.43-44; Rm 1.20). As pessoas que permanecem na incredulidade fazem isso porque não estão dispostas a vir a Deus, e a culpa por tal incredulidade sempre jaz com os próprios descrentes, e nunca com Deus. Novamente, precisamos aceitar um elemento de mistério aqui, reconhecendo que não somos capazes de compreender hoje como isso acontece.

Para estudos futuros

Bases da fé cristã: 20 fundamentos que todo cristão precisa entender, por Wayne GRUDEM (Ebook)

Teologia sistemática, por Wayne Grudem (Cópia física)


Ao comprar através de nosso link, recebemos uma comissão por cada compra que você fizer. Isso não acrescentará nada ao valor final de sua compra, apenas nos ajudará a poder continuar postando bom conteúdo teológico para sua edificação.

Graças a Deus, cada vez mais tem despertado nas pessoas o desejo pelo estudo teológico. Isso mostra que elas estão insatisfeitas com esta doutrina rala e antibíblica que tem sido pregada nos nossos púlpitos hoje, e anseiam por um alimento mais sólido e saudável.

No entanto, estudar em um bom seminário teológico que ensine uma doutrina correta não é algo barato. Nem todos dispõem de recursos para fazer esse tipo de investimento. Porém, o mercado editorial hoje tem se preocupado em publicar excelentes materiais teológicos para que as pessoas sejam capazes de montarem uma boa biblioteca pessoal para um estudo edificante e proveitoso da palavra de Deus.

Escrevi este artigo com intuito de ajudar aqueles que não sabem por onde começar e quais livros devem escolher. Sugiro aqui livros para cada uma das três principais disciplinas da teologia, a saber, teologia sistemática, teologia bíblica e teologia histórica. Sei que alguns dos livros não são tão baratos, mas você não tem que adquirir todos os livros aqui sugeridos de uma só vez. Você pode compra-los aos poucos, conforme for progredindo em seus estudos e conforme sua condição financeira permitir. Muitos dos livros também hoje possuem sua versão digital, um setor que está crescendo muito atualmente e possui preços mais acessíveis. Então, chega de enrolação e vamos às sugestões.

Teologia Sistemática

A teologia sistemática é a junção de tudo o que a Bíblia diz sobre determinado assunto. Por exemplo, sabemos que muitos livros da Bíblia falam sobre pecado. Porém, nenhum um livro sozinho oferece todas as informações sobre pecado. A teologia sistemática trata de reunir tudo o que a Bíblia fala a respeito do pecado e apresenta de forma ordenada e coerente. Ela é uma ferramenta importante para nos ajudar a entender e ensinar a Bíblia de maneira organizada.

Para os iniciantes sugiro o livro Somos Todos Teólogos, de R. C. Sproul. Esta obra introduz o leitor às principais doutrinas da teologia sistemática de uma forma que qualquer um é capaz de compreender – uma característica muito marcante Sproul.

Para os que já estão mais avançados, uma obra imprescindível em sua biblioteca é a Teologia Sistemática de Millard Erickson. Já para os leitores de linha pentecostal temos a Teologia Sistemática Pentecostal editada por Antônio Gilberto.

Teologia Bíblica

A teologia bíblica é o estudo das doutrinas da Bíblia, organizadas de acordo com sua cronologia e antecedentes históricos. Ela leva em consideração os contextos históricos, culturais, geográficos e gramaticais tanto dos livros como dos seus autores. Tenta estabelecer tópicos como quem escreveu determinado livro, quando o escreveu, quais foram as razões que o motivaram a escrevê-lo, qual é o propósito principal do livro, etc.

Duas ótimas escolhas nessa área seriam Panorama do Antigo Testamento, de Gleason L. Archer Jr, e Panorama do Novo Testamento, de Robert Gundry.

Teologia Histórica

A teologia histórica é o estudo do desenvolvimento e da história da doutrina cristã. Como o próprio nome indica, é um estudo do desenvolvimento e formação da doutrina cristã essencial ao longo da história do período da igreja desde a era apostólica até os dias atuais. Conhecer a história é muito importante, pois como alguém sabiamente disse uma vez, aquele que não conhece a história está fadado a repeti-la.

Para uma base sólida sobre a história da igreja recomendo Cristianismo Através dos Séculos, de Earle E. Cairns. Para prestigiar um pouco o mercado editorial brasileiro, uma ótima escolha é A Igreja Cristã na História, de Franklin Ferreira.


Acredito que com a aquisição dessas obras você já tenha algo para começar uma boa biblioteca teológica. Sempre que possível, postarei aqui no blog mais sugestões de boa literatura para enriquecer seus estudos e sua vida espiritual. Sinta-se livre também para sugerir nos comentários outras obras que não foram mencionadas e acha que deveriam estar aqui. Sua opinião é sempre bem-vinda.

E para você que é da região do Alto Tietê e tem o desejo de estudar em um bom seminário teológico por um preço acessível, gostaria de recomendar a instituição onde atualmente curso meu bacharel em teologia, o Instituto de Educação Teológica Interdenominacional Palavra Fiel. Acesse o site para mais informações e venha nos fazer uma visita sem compromisso.

Bons estudos a todos.


Ao comprar através de nosso link, recebemos uma comissão por cada compra que você fizer. Isso não acrescentará nada ao valor final de sua compra, apenas nos ajudará a poder continuar postando bom conteúdo teológico para sua edificação.

Você já deve ter ouvido (ou até mesmo falado) diversas vezes que “na presença de Deus, até a tristeza salta de alegria/prazer”. Essa frase é baseada na passagem de Jó 41.22:

No seu pescoço pousa a força; perante ele, até a tristeza salta de prazer (ARC).

Creio que a maioria das pessoas que falam isso estão bem intencionadas. Elas desejam levar seus ouvintes, que podem estar tomados pela tristeza e angústia naquele momento, a se alegrarem na presença do Senhor. No entanto, apenas boa intenção não basta para que algo seja correto. Será que Jó 41.22 está se referindo a Deus?

A quem Jó 41.22 se refere?

Na interpretação de qualquer texto bíblico ou secular, devemos sempre atentar para o contexto. Os versículos não são frases independentes entre si, mas compõem uma unidade maior de um pensamento. Vejamos então o contexto imediato do capítulo em questão:

Poderás pescar com anzol o leviatã ou ligarás a sua língua com a corda? (v. 1)

O que era o Leviatã?

O termo hebraico parece vir de uma raiz que significa “torcer” ou “dobrar”. Isso sugere alguma espécie de réptil, de serpente. Há cinco referências a esse animal no AT: Jó 41.1; Salmo 74.14; 104.26; Isaías 27.1 (duas vezes).

Alguns intérpretes sugerem que se tratava de algum animal marinho que hoje está extinto. Outros sugerem um crocodilo, interpretação de nossa tradução portuguesa, o que não satisfaz as descrições feitas do animal. Outros ainda creem que trata-se de um animal mitológico, em que as pessoas não mais acreditavam, mas que o AT utilizou como símbolo poético para indicar as forças que os homens não entendiam e temiam.

Jó 41.1-34 descreve o leviatã como uma criatura marinha real, familiar às pessoas. Nesse capítulo, Deus descreve a criatura, enfatizando o tamanho, a força e a crueldade do animal. Parece mais provável que o leviatã seja um grande réptil do mar, possivelmente uma espécie de dinossauro.

Por que a tristeza salta de prazer na presença do Leviatã?

Conforme a descrição do leviatã feita no capítulo 41 de Jó, prazer seria o último sentimento experimentado por aqueles que se deparam com a criatura. Então, o que o verso 22 está querendo dizer? Comparemos algumas traduções diferentes do versículo para encontrarmos seu significado real:

No seu pescoço reside a força; e diante dele salta o desespero. (ARA)
A sua força está no pescoço, e a cara dele mete medo em todo mundo. (NTLH)
Tanta força reside em seu pescoço que o terror vai adiante dele. (NVI)

Podemos concluir que a tradução adotada pela Almeida Revista e Corrigida (ARC) não é a mais adequada para o que o hebraico queria transmitir. A ideia de Jó 41.22 é de que na presença de um animal tão feroz e cruel como o leviatã, qualquer um entra em desespero.

Deus está mostrando a Jó que ele seria incapaz de resistir à presença do leviatã, como então ele ousara tentar se justificar na presença do Deus Todo-Poderoso que é infinitamente maior?

A obra de Jesus não terminou com sua morte na cruz. Se assim fosse, não haveria nenhuma razão para pregarmos e para termos fé (1Co 15.14-19). Mas Jesus ressuscitou e subiu aos céus como um rei vitorioso e conquistador.

Detalhes da Ressurreição

A ressurreição de Jesus não foi simbólica. Ele literalmente se levantou e saiu do túmulo. Sua ressurreição é relatada nos quatro evangelhos (Mt 28.1-20; Mc 16.1-8; Lc 24.1-53; Jo 20.1-21.25). O NT depende inteiramente do pressuposto de que Jesus é um Salvador que vive, reina e que é o líder da igreja recém-formada.

O que aconteceu com Jesus não foi um simples retorno dos mortos como outros haviam experimentado (como Lázaro, em João 11.1-44), mas Jesus deu início a um novo tipo de vida humana na qual possuía um corpo perfeito e não mais sujeito à fraqueza, envelhecimento e decadência. Ao ressuscitar, Jesus ostentava um corpo que viveria eternamente, pois ele havia sido revestido de incorruptibilidade e imortalidade (1Co 15.53).

Contudo, seu novo corpo era um corpo físico. Ele podia ser tocado (Mt 28.9; Jo 20.27). Ele se alimentava (At 10.41; Lc 24.30). Seu corpo era feito de carne e ossos (Lc 24.49).

Resultados da Ressurreição

Por consequência, todos os que olham para Jesus para sua salvação são regenerados “para uma viva esperança, mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos” (1Pe 1.3). Isto significa que Cristo obteve para nós uma vida futura que se mede pela sua. Embora nossos corpos ainda não sejam glorificados, nossos espíritos já foram vivificados pelo novo poder de ressurreição. Tal poder nos ajuda viver a vida para qual fomos designados.

Por causa da ressurreição, podemos nos considerar mortos para o pecado (Rm 6.11). Embora não alcancemos a perfeição impecável nesta vida, o pecado não terá domínio sobre nós (Rm 6.14). O poder dessa ressurreição também inclui o poder do Espírito Santo, que nos capacita a realizar a obra que Jesus nos ordenou (At 1.8).

A ressurreição também garante nossa justa posição diante de Deus (Rm 4.25). Quando Deus ressuscitou Jesus dentre os mortos, estava confirmando a obra de Jesus em nosso favor. Ele estava demonstrando sua aprovação do trabalho de Jesus de sofrer e morrer por nossos pecados e afirmava que a obra e Jesus em nosso favor fora completa; a penalidade pelo pecado paga e, portanto, Jesus não precisava permanecer morto por mais tempo (hb 1.3).

Por fim, a ressurreição de Cristo significa que também experimentaremos nossa própria ressurreição (1Co 6.14; 15.20; 2Co 4.14; ). Quando Jesus voltar todos seremos transformados (1Co 15.51,53). Na ressurreição final, nossa ressurreição, receberemos um novo corpo como aquele em que agora Jesus vive.

A Ascensão de Jesus

Quarenta dias após sua ressurreição (At 1.3), Jesus levou seus seguidores para fora de Jerusalém e os abençoou. E “enquanto os abençoava, ia-se retirando deles, sendo elevado para o céu” (Lc 24.50-51). Quando deixou a Terra, Jesus a trocou por um lugar específico: o céu. Uma vez lá, ele foi exaltado “à direita de Deus” (At 2.33). Deus “o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome” (Fp 2.9). Agora, à mão direita de Deus, Cristo deve reinar “até que tenha posto todos os inimigos debaixo dos seus pés” (1Co 15.25).

A vida de Cristo estabelece um padrão existencial para nos orientar. Assim como a sua ressurreição permite saber o que eventualmente nos acontecerá, sua ascensão nos permite conhecer aonde finalmente vamos viver. Então, esperamos com “ardente expectativa” (Rm 8.19) o retorno de Cristo, quando seremos levados deste planeta para um novo e glorioso mundo. Assim, com nossos novos corpos perfeitos, viveremos para sempre em nosso novo e perfeito mundo.

Para estudos futuros

Bases da fé cristã: 20 fundamentos que todo cristão precisa entender, por Wayne GRUDEM (Ebook)

Teologia sistemática, por Wayne Grudem (Cópia física)


Ao comprar através de nosso link, recebemos uma comissão por cada compra que você fizer. Isso não acrescentará nada ao valor final de sua compra, apenas nos ajudará a poder continuar postando bom conteúdo teológico para sua edificação.

Uma doutrina que ganhou bastante aceitação em muitos círculos evangélicos é a de que o espírito de Jesus esteve no inferno enquanto seu corpo permanecia no túmulo. Mas a Bíblia dá alguma indicação de onde Jesus esteve durante sua morte?

Origem

Não é certo quando ou onde a doutrina da descida de Jesus ao inferno teve origem, mas entrou no Credo dos Apóstolos por volta do século VIII. A fórmula da descida ao inferno está incluída no Credo de Atanásio, composto em meados do século V e aceito tanto pelo Oriente quanto pelo Ocidente.

A versão mais antiga da doutrina sustentava que Jesus visitou a morada dos mortos a fim de pregar aos “espíritos em prisão”. Alguns sustentaram que ele apenas visitou a morada dos mortos justos, para anunciar sua libertação. Outros acreditavam que Jesus visitou a morada dos ímpios e pregou, de acordo com Pedro, aos espíritos desobedientes dos dias de Noé.

Onde Jesus esteve?

Em um outro artigo, analisaremos as passagens utilizadas para sustentar a doutrina de que Jesus desceu ao inferno, mas agora, a resposta mais direta que podemos dar é que Jesus esteve onde ele mesmo disse que estaria:

Jesus lhe respondeu: “Em verdade lhe digo que hoje você estará comigo no paraíso.” (Lc 23.43)

Muitos argumentam que o céu, onde Deus está, e o paraíso são lugares diferentes. No entanto, a Bíblia cita outros dois exemplos de paraíso e ambos se aplicam ao céu:

Foi arrebatado ao paraíso e ouviu palavras indizíveis, que homem nenhum tem permissão para repetir. (2Co 12.4)
Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: ‘Ao vencedor, darei o direito de se alimentar da árvore da vida, que se encontra no paraíso de Deus.’” (Ap 2.7)

O espírito de Jesus estava com o Pai:

Então Jesus clamou em alta voz: “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito!” E, dito isto, expirou. (Lc 23.46)

Com certeza, o Pai não estava no inferno. Fiquemos então com a Bíblia e com as palavras de Jesus, e não vamos além do que está escrito.

  

Antes de Jesus nascer, um anjo dissera a seu pai terreno, José, que ele deveria dar-lhe o nome de Jesus “porque ele salvará o seu povo dos pecados deles” (Mt 1.21). Jesus nos salvou dos nossos pecados tanto pela vida que viveu como pela morte que sofreu. Essa obra salvadora realizada por Jesus a nosso favor é chamada de expiação.

A Causa da Expiação

A Bíblia é clara em dizer que Cristo veio nos salvar por causa do amor fiel e justiça de Deus. O amor de Deus é afirmado no famoso texto de João 3.16: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. A justiça de Deus é afirmada quando Paulo escreve que Deus apresentou Jesus “como propiciação” (Rm 3.25), isto é, um sacrifício que aplacasse a ira divina a fim de que Deus olhasse para nós favoravelmente.
Nossos pecados precisavam ser punidos para que Deus pudesse ser justo. Alguém precisou ser punidos por esses pecados e esse alguém foi Jesus. Em sua vida e morte vemos a expressão plena da justiça de Deus (o pecado é punido) e amor fiel (Deus deu seu próprio filho para suportar o castigo).

A Necessidade da Expiação

Uma vez que Cristo decidiu morrer no lugar dos pecadores, a justiça de Deus tornou necessária para Cristo viver e sofrer a morte que suportou. Os sacrifícios realizados no AT não tinham valor permanente (HB 10.4). Jesus “pelo seu próprio sangue... obteve uma eterna redenção” (Hb 9.12) e aniquilou “o pecado por meio do sacrifício de si mesmo” (V. 26).

A Natureza da Expiação

Contudo, se Jesus tivesse apenas se oferecido como sacrifício, garantindo para nós o perdão dos pecados, obteríamos apenas uma salvação parcial. Embora nossa culpa fosse removida, seríamos como Adão e Eva quando foram criados: livres de culpa, mas capazes de pecar e sem um registro de obediência ao longo da vida.
Para entrar em comunhão com Deus, precisamos viver uma vida de perfeita obediência. Logo, Cristo teve de viver a experiência de uma vida de perfeita obediência a Deus para que os méritos positivos dessa obediência pudessem ser contados em nosso favor (Rm 5.19).
Cristo tornou-se nossa justiça por meio da vida perfeita que viveu (1Co 1.30). Ele também teve uma vida de sofrimentos (Is 53.3). Jesus sofreu física e emocionalmente, no entanto, nada se compara ao seu sofrimento espiritual. Ele odiava o pecado —, no entanto, voluntariamente tomou sobre si todos os pecados daqueles que um dia seriam salvos (Is 53.12). Aquilo que ele odiava com todo o seu ser foi derramado sobre ele (1Pe 2.24).
Cristo, necessária e voluntariamente, suportou o castigo total por nosso pecado na cruz, e, assim, por meio de sua morte, a justiça de Deus foi cumprida.

O Resultado da Expiação

Cristo viveu uma vida perfeita e sem pecado, e sofreu uma morte horrível de pecador a fim de salvar “o seu povo dos pecados deles” (Mt 1.21). Ele pagou o castigo que nós merecíamos por nossos pecados, suportou a ira que merecíamos suportar, superou a separação que o nosso pecado causou entre Deus e nós e nos libertou da escravidão causada pelo pecado. Por causa da obra de Cristo em nosso favor, Deus pode nos resgatar “do domínio das trevas e nos transportou para o Reino do seu Filho amado, (Cl 1.13). Que grande salvação!

Para estudos futuros

Bases da fé cristã: 20 fundamentos que todo cristão precisa entender, por Wayne GRUDEM (Ebook)
Teologia sistemática, por Wayne Grudem (Cópia física)

Ao comprar através de nosso link, recebemos uma comissão por cada compra que você fizer. Isso não acrescentará nada ao valor final de sua compra, apenas nos ajudará a poder continuar postando bom conteúdo teológico para sua edificação.

João registra em seu evangelho que e ele e Pedro correm até o túmulo de Jesus após terem sido informados de que o corpo de Jesus havia desaparecido. Eles investigam o túmulo e veem que o lenço que cobria a cabeça de Jesus estava enrolado num lugar à parte (cf. Jo 20.1-8).

De acordo com uma história que circula na internet e que já foi transmitida em muitas igrejas, uma antiga tradição judaica dizia que, quando uma pessoa terminava a refeição, jogava o guardanapo de lado se já tivesse terminado. No entanto, se a pessoa tivesse que sair e ainda não tivesse terminado de comer, ela dobrava cuidadosamente o guardanapo e o colocava ao lado do prato, indicando que voltaria mais tarde para terminar a refeição. Os defensores dessa história afirmam que dobrar o lenço em João 20.7 era a maneira de Jesus dizer que ele iria embora, mas que logo voltaria. Enquanto a história é emocionante, é preciso perguntar se ela é verdadeira.

Vejamos as razões que levam à conclusão de que a história nada mais é do que uma lenda urbana.

Razões Exegéticas

1. A versão King James utiliza o termo “napkin”, que é “guardanapo” em inglês. Contudo, napkin pode não ser a melhor tradução para o termo grego Sudarion. Sudarion indica um pequeno pedaço de pano que pode ser uma toalha, um guardanapo, lenço ou um pano para o rosto. Dado o contexto, ninguém estava comendo uma refeição dentro do túmulo que excluiria o termo “guardanapo”. Sudarion se encaixa melhor com a ideia de um pano que cobria a cabeça do cadáver.

2. O lenço estava enrolado e não dobrado. O termo grego Entulissw parece se encaixar melhor com a noção de enrolar. Segundo Louw e Nida, Entulissw indica a ação de “fazer com que algo tenha a forma de um rolo”. O termo também é usado em Apocalipse 6.14, onde o céu é entuliso (enrolado) como um pergaminho.

A Tradição Judaica

Não há evidências dessa tradição judaica a respeito das refeições. Na Mishnah, que é o conjunto das leis orais do judaísmo, encontramos o seguinte sobre o momento da refeição:

Estes são os pontos [de diferença] entre Beth Shammai e Beth Hillel em relação a uma refeição. Beth Shammai diz que a bênção primeiro deve ser proferida sobre o dia e depois sobre o vinho, enquanto que Beth Hillel diz que a bênção deve ser primeiro proferida sobre o vinho e depois sobre o dia.
Beth Shammai diz que a lavagem das mãos precede o enchimento do copo, enquanto que Beth Hillel diz que o enchimento do copo precede a lavagem das mãos.
Beth Shammai diz que após limpar as mãos com um guardanapo, ele deve ser colocado sobre a mesa, enquanto que Beth Hillel diz que ele deve ser colocado sobre uma almofada.
Beth Shammai diz que após a refeição o chão deve ser varrido antes de se lavar as mãos, enquanto que Beth Hillel diz que primeiro se lava as mãos e depois o chão é varrido.
Beth Shammai diz que a ordem apropriada é “luz, graça, especiarias e habdalah”, enquanto Beth Hillel diz “luz, especiarias, graça e Habdalah”.
Beth Shammai diz que a bênção sobre a luz conclui com as palavras “quem criou a luz do fogo”, enquanto que Beth Hillel diz que as palavras são “quem está criando as luzes do fogo”.

Os pontos de desacordo entre os rabinos podem ser sumariados como segue:

  • A questão do guardanapo era se ele deveria ser colocado sobre a mesa ou sobre a almofada.
  • A referência ao lugar do guardanapo era antes e durante a refeição, não depois.
  • A discussão crítica sobre o fim da refeição era se a lavagem final das mãos precedia ou sucedia a varredura do chão. Parece que não há significado para onde o guardanapo está no final da refeição. Para a escola Beth Shammai, o uso final do guardanapo seria depois que o chão fosse varrido e, portanto, não tinha nenhuma ligação com a sinalização do final da refeição. De qualquer forma, há 50% de chance de o costume seguido por Jesus e seus seguidores ser o costume da almofada e não o da mesa.
  • De qualquer forma, o Talmud e Mishnah não têm apoio óbvio do costume no qual essa história se baseia.

Conclusão

Podemos concluir então que essa história difundida sobre a importância de Jesus dobrar o lenço é, na melhor das hipóteses, não bíblica e, na pior, uma tentativa fraudulenta de fornecer um significado espiritualizado a um texto já claro. O tema “eu voltarei” é certamente verdadeiro, mas não depende de lenços dobrados. Então quais aplicações podemos tirar dessa passagem? Consideremos as três principais:

1. O corpo foi claramente ressuscitado. Algo surpreendente deve ter ocorrido para que o pano envolto na cabeça fosse colocado em um local separado dos outros lençóis. Para Jesus ter sido capaz de escapar dos panos das sepulturas sem perturbar sua forma, enquanto ao mesmo tempo enrolava o pano que envolvia sua cabeça, ilustra que Jesus experimentou um retorno à vida maior e muito diferente do que Lázaro ou qualquer outra pessoa já experimentara. Lázaro teve que ser solto das roupas que envolviam seu corpo (Jo 11.43-44). Jesus foi capaz de voltar à vida e deixar para trás as roupas sem qualquer ajuda. Notável!

2. O corpo teria que passar através dos panos com a cabeça envolvida. Os outros panos estavam no mesmo lugar e na mesma forma que tinham quando envolveram o corpo de Jesus. No entanto, aqui estava este pano de cabeça enrolado à parte, longe dos outros panos. Isso parece sugerir que o corpo de Jesus passou através dos panos com o pano de cabeça preso. Assim, se uma pessoa testemunhasse a ressurreição, é provável que a testemunha ocular visse o corpo surgindo dos panos. Ou pode ser que uma pessoa visse o corpo desaparecer com os panos afundando onde o corpo estivera com o Jesus visível em pé ao lado deles com o pano da cabeça na mão. Após a ressurreição, Jesus enrolou o pano como um pergaminho e o colocou à parte antes de sair do túmulo.

3. O evento não ocorreu às pressas. O lenço dobrado indica que a cena na tumba vazia era evidência de um processo muito calmo e ordenado, em vez de um túmulo assaltado, do qual o corpo de Jesus foi apressadamente roubado - de um túmulo selado, guardado por soldados.

Postagens mais antigas Página inicial

Sobre mim

Foto do Perfil
Sou apenas alguém que com a ajuda da boa teologia tenta se inteirar dos assuntos que Deus revelou por meio da Sua Palavra e da Sua obra.

SUBSCRIBE & FOLLOW

Mais Populares

  • Hebraico Bíblico: As Vogais
  • Hebraico Bíblico: O Alfabeto
  • Como fazer a aplicação correta de um sermão
  • Lenda e Folclore dos Pregadores: O Mito da Águia Renovada

Categorias

  • Artigos 57
  • Teologia 43
  • Devocionais 13
  • Bíblia 11
  • Reflexões 9
  • Apologética 8
  • Curiosidades 5
  • Igreja 5
  • exegese 3
  • hebraico 3
  • Comentários 1
  • Deus 1
  • História 1
  • Trindade 1

Advertisement

Formulário de contato

Nome

E-mail *

Mensagem *

Oddthemes

Slider (Enter a Label Name)

Copyright © Maravilhosa Graça. Designed by OddThemes