Em Defesa do Natal - Evidência Científica: A Arqueologia Confirma ou Contradiz As Biografias de Jesus?

A evidência científica também pode trazer importantes contribuições à questão de saber se os relatos do Novo Testamento sobre Jesus são precisos. Embora a sorologia e a toxicologia não possam esclarecer o assunto, outra categoria de prova científica — a disciplina da arqueologia — tem grande influência na confiabilidade dos evangelhos.

Centenas de descobertas arqueológicas do primeiro século foram desenterradas. Será que elas minam ou sustentam as histórias das testemunhas oculares sobre Jesus? Para obter a resposta, Lee Strobel conversa com John McRay — uma autoridade reconhecida que cavou pessoalmente entre as ruínas do Oriente Médio, que tem um conhecimento enciclopédico sobre descobertas antigas e que possui restrições científicas suficientes para reconhecer os limites da arqueologia e ao mesmo tempo explicar como ela pode iluminar a vida no primeiro século.

Sobre o Entrevistado

John McRay estudou na Universidade Hebraica, na École Biblique et Archéologique Française em Jerusalém, na Vanderbilt University Divinity School e na Universidade de Chicago, onde obteve seu doutorado em 1967. McRay foi professor de Novo Testamento e Arqueologia no Wheaton College por mais de quinze anos. É o autor de Archaeology and the New Testament (Arqueologia e o Novo Testamento).

Limites da Arqueologia

Antes de mais nada, é preciso estabelecermos os limites da arqueologia. A arqueologia não pode provar que o Novo Testamento é a palavra de Deus. Se os arqueólogos cavarem em Israel e encontrarem lugares que são consistentes com o local onde a Bíblia disse que encontrariam, isso mostra que sua história e geografia são precisas. No entanto, não afirma que o que Jesus disse estava certo. Verdades espirituais não podem ser provadas ou refutadas por descobertas arqueológicas.

No entanto, se ao analisarmos os detalhes de uma história contada por uma testemunha ocular e as descobertas contradizerem o que a pessoa alegou, isso prejudica seriamente sua confiabilidade. Se os detalhes forem verificados, isso não prova que toda a história é verdadeira, mas melhora a reputação de ser precisa.

Em certo sentido, é isso que a arqueologia realiza. A premissa é que, se os detalhes incidentais de um historiador antigo parecerem precisos, mais de uma vez, isso aumenta nossa confiança em outro material que o historiador escreveu, mas que não pode ser tão facilmente verificado. Então, a arqueologia afirma ou prejudica o Novo Testamento quando verifica os detalhes nos seus registros?

A precisão de Lucas como historiador

Lucas em 3.1 refere-se a Lisânias como tetrarca de Abilene por volta de 27 d.C. Durante muitos anos isso descaracterizou Lucas como um historiador confiável, pois todos sabiam que Lisãnias não foi um tetrarca, mas o governador de Chalcis meio século antes. Mais tarde, foi encontrada uma inscrição da época de Tibério (de 14 a 37 d.C.), que cita Lisânias como tetrarca de Abila, próximo a Damasco, exatamente como Lucas havia dito. O que aconteceu é que havia dois funcionários do governo chamados Lisânias.

Em Atos 17.6, Lucas faz referência a “politarcas”, traduzido como “oficiais da cidade” na NVI, na cidade de Tessalônica. Nenhuma evidência do termo politarca foi encontrado em nenhum documento romano antigo. No entanto, mais tarde foi encontrada uma inscrição em um arco do primeiro século que começa: “No tempo dos politarcas...” E então, eis que os arqueólogos encontraram mais de 35 inscrições que mencionam politarcas, várias delas na Tessalônica do mesmo período a que Lucas estava se referindo.

Lucas também faz referência a 32 países, 54 cidades e 9 ilhas se um único erro.

A Confiabilidade de João

O evangelho de João foi às vezes considerado suspeito porque ele falava de locais que não podiam ser verificados. Essa conclusão, porém, foi virada de cabeça para baixo nos últimos anos. Houve muitas descobertas que mostram que João é muito preciso.

João 5.1-15 registra a cura de um paralítico no tanque de Betesda. João fornece os detalhes de que o tanque possuía 5 pórticos. Recentemente, o tanque de Betesda foi escavado – fica uns 10 metros abaixo do solo – e possuía 5 pórticos, como João havia mencionado.

Outras descobertas são o tanque de Siloé (cap. 9), o poço de Jacó (4.12), a provável localização do pavimento de pedra perto do Portão de Jafa, onde Jesus foi julgado diante de Pilatos(19.13) e a própria identidade de Pilatos.

Três Enigmas a respeito do Natal

O Censo

A narrativa de Lucas informa que Maria e José foram obrigados por um censo a retornar à cidade natal de José, Belém (Lc 2.1-4). Lucas ainda informa que esse censo foi realizado quando Quirino era governador da Síria e durante o reinado de Herodes, o Grande.

Isso representa um problema significativo, visto que Herodes morreu em 4 a.C., e Quirino não começou a governar a Síria até 6 d.C., tendo realizado o censo depois disso. No entanto, um eminente arqueólogo chamado Jerry Vardaman encontrou uma moeda com o nome de Quirino gravado nela. Ela o coloca como procônsul da Síria e da Silícia de 11 a.C. até a morte de Herodes. Isso significa que aparentemente havia dois “Quirinos”. O censo teria ocorrido durante o reinado do Quirino anterior. Dado o ciclo de um censo a cada 14 anos, isso daria certo.

A existência de Nazaré

Os céticos afirmam a muito tempo que Nazaré nunca existiu durante o tempo em que o Novo Testamento diz que Jesus passou a infância lá depois de ter nascido em Belém.

O Dr. James Strange, da Universidade do Sul da Flórida, é um especialista nessa área e descreve Nazaré como um lugar muito pequeno, com cerca de sessenta acres, com uma população máxima de quatrocentos e oitenta no começo do primeiro século.

Quando Jerusalém foi destruída em 70 d.C., os sacerdotes não eram mais necessários, pois o templo havia sido destruído. Então, eles foram enviados para vários outros locais, incluindo a Galileia. Os arqueólogos encontraram uma lista de 24 “cursos”, ou famílias, de sacerdotes que foram realocados, e um deles foi registrado como tendo sido transferido para Nazaré. Isso mostra que essa pequena vila devia estar lá na época.

Além disso, houve escavações arqueológicas que descobriram túmulos do primeiro século nas proximidades de Nazaré, o que estabeleceria os limites da vila, porque, segundo a lei judaica, os enterros deveriam ser realizados fora da cidade.

O Infanticídio em Belém

O evangelho de Mateus narra um episódio terrível. Herodes, o Grande, rei da Judeia, sentindo-se ameaçado pelo nascimento de um bebê que ele temia que acabasse por tomar seu trono, envia suas tropas para assassinarem os bebês de menos de dois anos em Belém. Advertido por um anjo, José foge para o Egito com Maria e Jesus. Somente após a morte de Herodes, eles voltam e se estabelecem em Nazaré, tendo todo o episódio cumprido 3 profecias antigas sobre o messias. O problema: não há confirmação independente de que esse assassinato em massa tenha ocorrido.

Devemos nos colocar no primeiro século e manter algumas coisas em mente. Belém provavelmente não era muito maior do que Nazaré, então quantos bebês de dois anos para baixo haveria numa cidade de 500 ou 600 pessoas? Herodes, o Grande era um rei sanguinário; ele matou pessoas de sua própria família; ele matou muitas pessoas que pensou que poderiam ameaçá-lo. Portanto, o fato de ele ter matado alguns bebês em Belém não vai chamar a atenção das pessoas no mundo romano. Não havia TV, rádio ou internet. Levaria muito tempo para que a notícia fosse divulgada, especialmente numa cidade tão pequena nas colinas do nada, e os historiadores tinham muitas histórias maiores para escrever. Um louco matando todo mundo que parece ser uma ameaça potencial para ele - isso era coisa normal para Herodes. Mais tarde, é claro, à medida que o cristianismo se desenvolveu, esse incidente se tornou mais importante.

Conclusão

O Novo Testamento deve ser aceito como uma fonte precisa. Ele também é corroborado por fontes históricas externas. Temos uma documentação histórica para Jesus melhor do que para qualquer outro fundador de uma religião antiga. Os registros do Novo Testamento são inequívocos em declarar que a criança na manjedoura era o Unigênito Filho de Deus.

Para estudos futuros:

Em defesa de Cristo, Por Lee Strobel (Ebook)


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