em Defesa da Páscoa: As aparições de Jesus

No artigo anterior, vimos que o túmulo de Jesus definitivamente estava vazio. No entanto, um túmulo vazio não é definitivo para determinar a ressurreição de alguém. No caso de Jesus, o túmulo vazio está conectado com suas aparições a diversas pessoas. A veracidade dessas aparições é o que verificaremos neste artigo.

O credo de 1Coríntios 15

Como já vimos, 1Coríntios 15.3-8 é o relato mais antigo que temos da ressurreição de Jesus. Trata-se de um credo da igreja primitiva ensinado poucos anos após a crucificação, e que foi transmitido a Paulo por Pedro e Tiago alguns anos após sua conversão (Gl 1.18-19).

O credo consiste em 4 elementos: a execução; o sepultamento; a ressurreição; e as aparições. Como ele é básico para determinar a ressurreição de Jesus, vamos submetê-lo a uma análise mais profunda. Como podemos ter certeza de que se trata de um credo? Quão antigo é ele?

Por que podemos ter certeza de que se trata de um credo?

  1. Paulo apresenta um trecho com as palavras “recebi” e “transmiti”, que são termos rabínicos para indicar a transmissão de uma tradição;
  2. O conteúdo estilizado do texto mostra que se trata de um credo;
  3. O Texto original usa Cefas para Pedro, que é seu nome aramaico. O uso do aramaico indica uma origem muito antiga;
  4. O credo contém diversas outras expressões antigas que Paulo não utilizava costumeiramente: “aos doze”, “ao terceiro dia”, “ressuscitou” e outros;
  5. Certas palavras são usadas no estilo de narrativa do aramaico e do hebraico da Mishná.

Que data pode ser fixada para ele?

Sabemos que Paulo escreveu 1Coríntios entre 55 e 57 d.C. Em 1Coríntios 15.1-4, ele diz que transmitira, anteriormente, o credo à igreja em Corinto, o que significa que ele deve ser anterior à sua estada ali, no ano 51. Portanto, o credo estava em uso menos de 20 anos após a ressurreição de Jesus, que é uma data bem antiga. No entanto, podemos concordar com os vários estudiosos que o colocam ainda antes, entre dois e oito anos após a ressurreição de Jesus, ou seja, entre 32 e 38, sendo que Paulo o recebeu ou em Damasco ou em Jerusalém. Portanto, esse material é incrivelmente antigo, um testemunho dos primórdios, sem floreios, de que Jesus apareceu vivo a céticos como Paulo e Tiago, assim como a Pedro e aos demais discípulos.

As quinhentas testemunhas

Paulo menciona em 1Coríntios 15.6 que Jesus foi visto vivo por mais de quinhentas testemunhas. Mas por essa ser a única fonte citando o evento, isso não mina sua confiabilidade?

Mesmo que somente uma fonte cite o fato, essa é a fonte mais antiga e mais bem confirmada de todas. Paulo tinha uma ligação próxima com essas pessoas e não as citaria se não tivesse certeza do apoio delas.

testemunho dos evangelhos

Os evangelhos narram aparições de Jesus a várias pessoas e em vários lugares. E há bons motivos para confiar nesses relatos: por exemplo, faltam neles muitas tendências míticas típicas. Jesus apareceu a:

  1. Maria Madalena (jo 20.10-18);
  2. outras mulheres (Mt 28.8-10);
  3. Cleopas e outro discípulo na estrada para Emaús (Lc 24.13-32);
  4. onze discípulos e outras pessoas, (Lc 24.33-49);
  5. dez apóstolos e outros discípulos, sem a presença de Tomé (Jo 20.19-23);
  6. Tomé e os outros apóstolos (Jo 20.26-30);
  7. sete apóstolos (Jo 21.1-14);
  8. todos os discípulos (Mt 28.16-20);
  9. todos os apóstolos, no monte das Oliveiras, antes da ascensão (Lc 24.50-52; At 1.4-9).

Temos aqui uma riqueza de informações de pessoas que viram Jesus. Não foram apenas uma ou duas pessoas que observaram uma sombra de passagem. Houve aparições repetidas a numerosas pessoas, e várias delas foram confirmadas em mais de um evangelho ou pelo credo de 1Coríntios 15.

O final de Marcos

Os manuscritos bíblicos mais confiáveis e antigos e outros documentos antigos não contêm Marcos 16.9-20. Contudo, mesmo o evangelho de Marcos terminando em 16.8, ainda temos sua afirmação de que o túmulo estava vazio e um jovem exclamando “Ele ressuscitou!” e dizendo às mulheres que haverá aparições. Assim, temos primeiro, a proclamação de que a ressurreição aconteceu, e, segundo, a predição de que se seguirão aparições.

Conclusão

Jesus foi morto na cruz. Seu túmulo estava vazio na manhã da Páscoa. Os discípulos e outras pessoas o viram, tocaram nele e comeram com ele depois da sua ressurreição. A ressurreição de Jesus é um fato bem atestado e não uma lenda criada por um pequeno grupo de seguidores desesperados no primeiro século.

Para estudos futuros:

Em defesa de Cristo, Por Lee Strobel (Ebook)

Não Tenho Fé Suficiente Para Ser Ateu, Por Norman Geisler (Ebook)


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